terça-feira, março 06, 2007

Boas colheitas - Encontro com E. Gordon Craig I


A propósito do que vi há poucos dias...


Segundo Craig, raramente o que é bonito, o que é fácil, o que produz efeito é belo. Esses truques poderão servir ao actor, numa primeira instância, apenas para lhe trazer vantagens, quer sejam de ordem social ou material, podem até exibi-lo, mas nunca constituirão “símbolos perfeitos de tudo quanto existe na Natureza” .
O actor não procurará atalhos fáceis no seu trabalho, mas sim um “caminho verdadeiro”. É o fundo das coisas que nos deve importar”. O actor, no seu processo criativo, terá de descer "ao mais profundo da sua alma e tratará de descobrir aí tudo o que ela guarda". Nesta perspectiva, o processo criativo não será influenciado por estímulos externos à sua pessoa mas sim por estímulos internos. É com este material que o actor trabalha. O actor utilizará o material que é seu, fazendo com que o efeito, aquilo que parece bonito, aquilo que parece bem, seja estranho e muito pouco natural, tornando-se, desta forma, pouco verdadeiro e, em consequência, pouco interessante.

1 comentário:

Goldmundo disse...

Memória: «Que se penetre no Teatro com o sentido profundo dessa palavra "Beleza" e poderemos dizer que o despertar do Teatro estará próximo. Que os nossos lábios esqueçam a palavra "efeito" e estarão aptos a pronunciar "Beleza".» Sim, boa colheita.